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De bicicleta no estuário do Tejo

E pronto, chegou ao fim o nosso querido projeto familiar 12/12. Cumpriu-se hoje (23/12/2017) a 12ª edição de 12 edições. Lembrando, o objeto deste projeto era realizar 12 atividades de natureza com a família, toda sempre que possível, mas apenas alguns quando necessário, em todos os 12 meses do ano de 2017.

E perguntam: “esta edição, sendo a última, foi épica?”. Bem, para responder a essa pergunta de forma rigorosa e inequívoca, teríamos que debater profundamente o que ambos pensamos ser o significado de “épico”.

No entanto, vou fazer o seguinte exercício: contar esta edição em argumentos a favor da afirmação de que esta edição foi épica.

Argumento 1

Passar tempo de qualidade com os nossos filhos é sempre um momento épico. Na nossa visão familiar particular, se em natureza, melhor ainda.

Sim, é necessário disciplina, motivação e “tempo”. Perguntam-nos muitas vezes: “mas como conseguem ter tempo para isso e ainda fazer as vossas coisas?”. Pois, quem pergunta isso não nos percebe mesmo. É que isto são as nossas coisas J e nada aqui é forçado. Quem não quer ir, não vai, mas quem quer não é condicionado porque alguém não quer. Este espírito de respeito, está também no cardápio educativo que este projeto é afinal.

Por isso, esta 12ª edição foi épica, pois o pai Jorge passou tempo de qualidade e em natureza com o filho Gonçalo.

Argumento 2

Há algo mais épico que conseguir pedalar em Dezembro, com 17ºC, debaixo de um Sol polarizado de azul profundo, numa lezíria imaculada e repleta de vida e numa Reserva Natural (Estuário do Tejo)?

Pois hoje foi assim, épico! Com uma visita ao Centro Interpretativo da iniciativa evoa, num total de mais de 30 Km de pedalada.

Argumento 3

Falar sobre a vida animal e vegetal, é uma enorme seca, especialmente se isso vier dos nossos pais. É igualmente uma seca, falar de agricultura e de economia, para não falar das espécies zootécnicas e o que isso significa e representa, touros e não sei o quê. Se o conseguíssemos, isso era épico! E se isso for dito de cima de uma bicicleta enquanto se experiencia na primeira pessoa tudo o que estamos a falar?

Nisso, a edição de hoje dificilmente poderia ter sido mais épica!

Argumento 4

E se ao visitar um centro como este, se motivar o nosso filho, sem pressões ou sequer sugerir fazer, a querer voltar para uma visita guiada de observação de aves? Isso seria épico, não seria?

Pois foi exatamente o que aconteceu.

Argumento 5

E se a bicicleta que o vosso filho possui não tivesse fecho rápido na roda traseira, e para a tirar em caso de furo fosse necessário uma chave de bocas ou similar, vocês não a tivessem levado e a criança furasse? Isso seria uma tragédia épica.

Pois foi exatamente o que aconteceu.

Depois de uma visita breve ao fantástico edifício do centro mencionado, já de regresso ao ponto de partida, o Gonçalo começou a queixar-se de falta de força nas pernas. Pergunto-lhe o que se passa, e ele responde que mesmo com mudanças leves lhe custa horrores pedalar. Horror tive eu quando vi que tinha a roda traseira furada e me lembrei, repentinamente, que não tinha levado a chave.

Pânico? Claro que não! Afinal é mais uma experiência e é também este tipo de coisas que transforma crianças em crianças aptas.

Sorte, o problema aconteceu a escassos 1.000 m do centro evoa, pelo que regressámos, pedimos por uma chave, e eles tinham-na.

Concordarão comigo que até o furo teve o seu quê de épico.

Decidam vocês se a edição de hoje foi épica, que nós vamos empregar os nossos esforços no balanço deste projeto, não como um fim, mas como o início dos próximos!

Pela Serra da Estrela, Serra da Gardunha, Idanha-a-Nova e Velha, Monsanto e Penha Garcia, a pé pelo Caminho dos Pescadores da Rota Vicentina, e de bicicleta no caminho histórico da mesma Rota, pela singela Barragem de Magos à porta de nossa casa, foram percursos cuja dimensão geográfica é a menor das suas dimensões. Foi um percurso que não terminará, que visou fundamentalmente educar os nossos filhos em natureza e na prática saudável da exposição a esta, como mote para um enorme conjunto de valências trabalhadas.

Prefiro não fazer extensos balanços, pois é agora hora de consolidar o que se trabalhou, e, esperar que estes momentos de intensa cumplicidade e intimidade passados juntos, como só a natureza e os seus ritmos permitem, produzam duas criaturas mais conhecedoras do mundo que os rodeia e respeitadores desse, deles próprios e do dos outros.

Se no caminho, com este Blog, conseguirmos inspirar alguém na mesma senda, somos uma família ainda mais feliz!

Até breve e sempre! e já agora, Boas Festas!


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