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Seca extrema!

A edição de Outubro do nosso querido projeto familiar 12/12, levou-nos a uma bem conhecida da família, a Barragem do Pego do Altar junto a Alcácer do Sal, na entrada de Santa Susana. Mas desta vez o que vimos é a face de uma enorme tragédia! Veremos.

Se meses houve em que não houve presença feminina, desta vez foi o filho rapaz que ficou em casa, os testes da semana a isso obrigaram. Desta forma, foi uma edição de pai, filha e……. elemento novo neste projeto, o cão Sam :-)

A Beatriz é um furacão e isso costuma dificultar a concentração nas sessões de estudo escolar, o que por vezes (Não poucas) enfurece a sua mãe Inês :-) Esta edição foi por isso uma excelente oportunidade “placa de petri”, onde se ensaiaram os efeitos da exposição à natureza antes de uma sessão de estudo :-) Aqui vão a descrição da edição e os resultados do ensaio.

Partimos Sábado após o almoço com a promessa de que estaríamos de regresso no Domingo a tempo de almoçar, atendendo à necessária tarde de estudo face aos testes da semana seguinte.

1,5 horas de viagem tranquila num dia de Outubro com 35º C, gozámos de um Outono invulgar mas de custo elevado!

Chegámos à Barragem e o cenário era irreconhecível! A Barragem que tão bem conhecemos e que tantas vezes percorremos de kayak, de barco e a nado, basicamente não existia! A paisagem era “lunar”!

Com apenas 8% da sua capacidade, a Barragem do Pego do Altar é uma face silenciosa da seca extrema que fustiga o país e que muito se tem articulado com outra tragédia, a dos incêndios. Quanto tempo demorará a ser cheia e o total custo desta realidade, é para mim difícil de sequer imaginar.

A descida do nível das águas é de tal forma extrema, que voltou a trazer à vista a ponte “barroca” de Santa Susana, antes ligação entre esta aldeia e a aldeia de S. Cristóvão, por cima do Rio Mourinho.

No entanto, ao contrário do que alguns órgãos de comunicação social afirmaram, esta não é a primeira vez que a ponte se avista “nos últimos 60 anos”, pois pelo menos em 1999 o cenário foi semelhante.

Claro que tem sido um corrupio de gente para a ver e neste dia isso era patente na dezena de carros que ali se encontravam quando chegámos. Com aquele cenário, foi impossível conter a vontade de visitar de imediato a ponte.

Foi uma oportunidade imperdível de educação: a ponte, as ligações ancestrais entre aldeias, as albufeiras e barragens, a seca e seus efeitos, a necessidade de sermos racionais na utilização de água, a começar pelos famosos banhos de imersão da Beatriz :-)

Mas foi também uma oportunidade rara de contemplar este testemunho patrimonial com cerca de 200 anos. Observamo-lo de todos os ângulos :-)

E ali ficámos até ao entardecer, oportunidade para um por do sol de luxo a convidar à contemplação por criança e animal, imagem que me ficou para sempre na retina da alma :-)

Não íamos acampar, pelo que não estávamos pressionadas com montagem de campo. Desta vez íamos em formato Car Camping, pelo que, já de noite, foi só parar o carro em local sobranceiro, a pensar na paisagem ao amanhecer, e, jantar!

Jantar simples mas saboroso e cozinhado no local, para conforto dos corpos e recuperação da alma :-)

Até o cão teve direito a ração premium para comemorar a sua primeira edição do nosso projeto 12/12. Depois de uma tarde onde andou solto, o merecido descanso numa noite de outubro com 25º C de temperatura!

Pergunta da noite: o cão cabia connosco neste formato? A resposta é vos dada em forma de imagem :-)

Com o calor que estava o coitado esteve desassossegado, mas com a temperatura a cair para os 10º C durante a madrugada, sossegou e dormiu que nem um anjo :-) tal como nós :-) mesmo a Beatriz que nunca tem sono até se deitar e adormecer em 10'' :-)

O amanhecer foi glorioso, com um sol de dominante laranja a tingir com tons que pareciam africanos os campos secos onde pastavam vacas, mesmo ali de fronte de nós para espanto e grande interesse do cão Sam :-)

Pequeno-almoço tomado, forças revigoradas, carro arrumado e hora de um passeio pedestre a três: eu, a Beatriz e o Sam, com última visita à ponte renascida, passando por pescadores que numa Barragem transformada em piscina, iam apanhando os últimos peixes que não foram tirados dali em ações de salubridade. Os que não caem nas canas dos pescadores, tombam depois de demorada agonia perante o recuar das águas para charcos cada vez mais pequenos e verdes! Triste, muito triste!

Era hora de regressar a casa para almoço.

Vinha agora a parte do ensaio aos efeitos da exposição à natureza em momento pré-estudo escolar.

Se foi circunstancial, não o saberemos apenas num ensaio, mas a verdade é que a Beatriz, de forma absolutamente inédita, almoçou, sentou-se após o almoço e estudou entusiasmada com a mãe sem sobressaltos durante horas! Parecia que tinha sido trocada por um qualquer alienígena na Barragem e que quem eu tinha trazido para casa era uma outra pessoa ou ser.

Vou ser tendencioso e acreditar que tudo teve a ver com termos ido, o que a ser verdade e a confirmar-se só prova que este é um projeto vencedor e que é este o caminho familiar e educativo. Ou seja, 2018 talvez veja o projeto 12/12 2.0 tornar-se realidade!

Até à edição de Novembro!


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