top of page

Por terras da Ordem do Templo

Então e não é que a edição de Agosto do nosso querido projeto familiar 12/12 ia ficando esquecido? Que falha imperdoável :-), especialmente porque esta edição teve várias camadas, bem, uma delas trágica, já veremos!

Lembrando o objetivo deste nosso projeto familiar, pretendemos com ele acampar em família, sempre que possível todos, mas quando não possível pelo menos alguns, durante os 12 meses do ano de 2017, em 12 locais diferentes. Isso inclui diversificar as atividades e integrar a maior diversidade possível de locais, uma vez que o grande objetivo é educativo.

Queremos por conseguinte educar as nossas crianças num ambiente de exposição à natureza, onde queremos trabalhar questões como a sustentabilidade, a ecologia e o ambiente, mas também biologia e geologia, e o património cultural de forma ampla. Pretende-se também oferecer o mais alargado leque de opções possível para que, então, as nossas crianças possam optar, mas sempre com essa possibilidade e liberdade.

Faz parte da nossa atenção a este projeto educativo medir o pulso às nossas crianças, e isso implica perceber quando estamos a ser demasiado conservadores e puristas, e a falta de conforto e dos seus prazeres mais mundanos começa a impedi-las de usufruir. Desta forma, há e tem de haver espaço para atividades que não perdendo de vista os objetivos supracitados, ainda assim lhes forneçam a almofada do conforto e das coisas que gostam.

De entre isto está, indubitavelmente, para um e para outro, piscina :-) Deste modo, a nossa escolha para Agosto foi um misto com base no Parque de Campismo Municipal de Idanha-a-Nova que tem piscina, e surtidas até Penha Garcia com as trilobites como tema e pretexto para um PR, mas com piscina incluída :-), Idanha-a-Velha, e claro Monsanto.

Como sempre o carro parecia para uma semana, mas lá fomos, felizes e com ganas de começar! :-)

A caminho, tivemos logo um vislumbre da tragédia que ali perto se desenrolava e se agravaria durante o fim-de-semana. A Gardunha estava a arder, no primeiro dia ainda a face Sul, do lado de Castelo Novo.

Já no parque, montamos a tenda debaixo de um calor abrasador. Parece que temos uma pontaria para calores surreais, pois temos tido a nossa dose :-)

Piscina, lá está :-) convidada pelo calor, como se para estas duas crianças fossem necessários grandes convites para piscinar :-)

No final da tarde, o céu indicava que o incêndio do início da tarde não só não tinha sido resolvido como se estava a agravar. Com o calor que se fazia sentir, o fumo intenso era sufocante.

Penha Garcia

Do castelo de Penha Garcia, Monsanto ao longe

Pois bem, Penha Garcia era um dos objetivos. Queríamos fazer o PR das Trilobites, esses artrópodes do Paleozoico (542 milhões e 251 milhões) que viveram em ambiente marinho. Ou seja, Penha Garcia foi o fundo do mar :-) uma oportunidade educativa sem fim, com um potencial muito para além dos meus conhecimentos de historiador e de pai :-). No entanto, dei o meu melhor ao explicar como é possível que Penha Garcia, o que eles pisavam, foi outrora o fundo do oceano, e que, os maciços imponentes de rocha sedimentar que eles viam agora quase na vertical, eram as camadas de sedimentos que se foram acumulando ao longo de milhões de anos no fundo precisamente desse oceano, então na horizontal. Aqui está, eu a explicar a formação de rocha sedimentar e as compressões geológicas e tal e coiso :-)

Então e as Trilobites?, bem, observemos os rastos delas naquilo que hoje é rocha, mas que antes era sedimento, tipo lama, disse eu :-)

O PR é lindíssimo! Calo-me um bocado e deixo-vos aqui uma sequência de imagens do que foi este percurso de Pequena Rota.

Desidratados e já fartos de passeatas, as crianças ( e nós) foram finalmente para a água num tanque artificial ali construído :-)

Olhem o Gonçalo a cavalo de uma trilobite gigante :-)

No final do banho, retemperados de força, continuámos o restante percurso até nos aproximar-mos de novo de água. Os indícios eram bem visíveis com o aparecimento de hortelã e de figos, belíssimos figos. A paisagem era lindíssima, contrastada com a agrura do xisto que deixámos para trás, lá em cima, junto das trilobites e das paredes de escalada, vejamos uma sequência disso:

Perdemos por pouco a feira medieval de Penha Garcia, mas ainda descansámos na companhia dos cavaleiros locais :-)

O final do dia confirmava com enorme beleza as nossas piores suspeitas. O incêndio da Gardunha estava descontrolado, agora nas duas faces Sul e Nordeste, quase a tocar no Fundão. A nossa querida Serra da Gardunha, onde percorremos dezenas de Km e nos divertimos de forma inesquecível, estava a arder!

Respirámos fundo e continuámos as nossas vidas.

Antes do assalto final a Monsanto, um dia de pausa na Barragem Marechal Carmona, sobranceira ao parque de Campismo onde estávamos. Tempo para um banho (Morno) de recuperação, e para a produção de imagens de filme de terror :-)

Terror tiveram as crianças quando descobriram que havia sanguessugas juvenis na barragem, aos milhares, e que tinham os pés cheias delas :-) O pânico foi tão grande que nem fotos houve :-)

Monsanto

Último dia! dia de Monsanto, aquela que foi considerada a “Aldeia mais portuguesa de Portugal" com o galo no cimo da torre da igreja a prova-lo.

Apesar de alguma resistência inicial, dado o desnível do início do percurso (Mais um PR), as crianças acabaram por adorar, especialmente porque incluiu visita ao Castelo e tudo o que isso alimenta de imaginário.

Bem, Monsanto é aquilo que conhecemos, pitoresca e encavalitada em granito,

algumas das vezes de proporções colossais, mas com detalhes deliciosos como este gato felpudo e dorminhoco :-) (Onde está o wally? :-)).

A subida para o Castelo evidenciava isso mesmo, as proporções e o granito colossal

permitindo ocorrências biológicas interessantes, como estes insetos que pareciam estar em hibernação.

O dia galopava rumo ao nosso regresso, mas em grande.

E assim terminou a edição de Agosto do nosso querido projeto 12/12.

Até Setembro de edição dupla para compensar a falha de Julho!


bottom of page