Quando em 1804 Napoleão Bonapart subiu ao poder como Imperador Napoleão I, ninguém adivinharia que isso condicionasse a 4ª edição do nosso Projeto familiar 12/12 :-)
Na verdade, aquele Imperador, ironia face aos princípios de fraternidade e outros que tais da Revolução Francesa, haveria de mandar invadir Portugal por três vezes, como castigo pela recusa de Portugal em quebrar a velha aliança e aderir ao bloqueio contra a Inglaterra.
Antes da terceira (1810-1811), aquele que seria o Duque de Wellington, supervisionaria a construção de uma obra notável de defesa militar, um sistema de fortes, em duas linhas, que defendiam Lisboa entre o Atlântico e o Tejo.
O General francês Macena, não passaria!
A nossa edição de abril, a 4ª, do nosso querido projeto 12/12, desenrolou-se integralmente na freguesia de Bucelas, entre vinhas de Arinto, até um dos fortes daquele sistema defensivo que ficaria conhecido por Linhas-de-Torres.
Esta edição foi um luxo, total e absoluto. Não só a componente familiar feminina se juntou pela primeira vez, como a tia Ana, o colega de escola do Gonçalo Daniel (Dani) e a mãe, também vieram. Estes dois últimos apenas passar o dia e ajudar a assaltar o forte, num dos pontos mais elevados do Concelho de Loures.
A manhã começou culturalmente rica, com uma visita ao museu local, onde existe inclusivamente um polo de interpretação da nossa temática.
Com os músculos e as articulações aquecidos, começámos o nosso percurso, sempre a subir até lá acima. O início faz-se pela fantástica Quinta do Boição, propriedade da companhia Enoport que também possui em Bucelas a Enoteca (Coisa fantástica para adultos :-)). É um percurso muito bonito, rico em biodiversidade, especialmente vegetal, onde não faltam as vinhas da casta Arinto, que fazem de Bucelas a sua rainha.
Primeira paragem num dos tesouros desta edição: a cascata mais bonita da região do Vale do Tejo :-) escondida, pouco frequentada e ainda bem, nem todos fazem como nós, que deixamos menos lixo que aquele que encontramos!
Os miúdos fizeram as honras e colheram as delícias de um dia muito quente!
Algo na barriga, diversão quanto baste e forças para subir o, em breve, muito ingre-me desnível. A mais pequena, a Beatriz de 7 anos, acusou mais cedo, e o pai teve de se chegar à frente. Afinal a motivação é enorme, e o importante é os nossos filhos estarem connosco, aqui, neste contexto e enquadramento, não há nada que o demova :-)
Calor e subidas (E algumas birras :-)), é coisa para duros, mas isso é o que carateriza este maravilhoso grupo .-) por isso lá fomos subindo, entre promessas quebradas de brevidade do percurso e aplicação de processos motivacionais :-) finalmente, avistamos o forte e as dores passam de repente, mais ou
menos.....
Naturalmente, não perdemos a oportunidade de falar sobre as invasões francesas, de onde vieram, porquê, o Brasil, e por aí fora....
Aproximava-se a parte mais aguardada do dia, montar campo num local incrível, com vistas de cortar a respiração.
Olhar os nossos filhos a contemplarem o horizonte, num final de tarde destes, num local assim, por este motivo, é coisa que, ainda hoje passados alguns dias, me faz respirar fundo para inverter o sentido das lágrimas!
Este era o nosso campo e este era o ambiente terno!
O por-do-sol? dos mais belos da região de Lisboa!
Vou agora fazer um silêncio literário e deixar-vos ver o que vimos .......
No dia seguinte, a energia, daquela boa, estava no limite da nossa capacidade de absorção, e era hora de regressar, não sem antes termos a possibilidade e o privilégio de fazer este percurso, por entre maravilhas deste calibre.
Não estamos de costas para o leitor, estamos já a caminho da próxima edição do nosso projeto familiar 12/12:
12 meses, 12 acampamentos, em 12 locais diferentes!
Desta edição em concreto fica-me um enorme orgulho, afinal foi feita em total autonomia, em que levámos TUDO às costas, inclusivamente as crianças o fizeram. Isto prova que a maioria das vezes as suas dificuldades resultam do que nelas subestimamos!
Até ao próximo mês!